A lista imc-women existe desde o ver\xE3o de 2001 e consiste de mulheres envolvidas em coletivos do indymedia da Am\xE9rica Latina, Am\xE9rica do Norte, Europa, Oriente M\xE9dio e Austr\xE1lia. H\xE1 dois anos, temos discutido, de diversas formas, a deprimente situa\xE7\xE3o de repress\xE3o pratriarcal dentro da sociedade e que infelizmente n\xE3o p\xE1ra quando voc\xEA entra nos grupos de esquerda.
Muitas situa\xE7\xF5s concretas aconteceram, nas quais mulheres se sentiram discriminadas dentro do seu coletivo. Na maioria dos casos n\xF3s fomos capazes de apoiar essas mulheres e dar conselhos. Mas n\xF3s sentimos que s\xF3 isso n\xE3o \xE9 suficiente.
As mulheres s\xE3o uma minoria dentro de muitos coletivos do Indymedia, alguns coletivos s\xE3o formados s\xF3 por homens. Isso pode ter ocorrido pelo fato das pessoas enxergarem o Indymedia como um site e n\xE3o perceberem o tanto de trabalho que tem de ser feito relacionado \xE0 rela\xE7\xF5es pol\xEDticas, divulga\xE7\xE3o, trabalho editorial etc. Por isso o Indymedia atrai mais pessoas que t\xEAm interesse na \xE1rea de computa\xE7\xE3o do que pessoas que n\xE3o t\xEAm. Por isso, a pequena representa\xE7\xE3o de mulheres dentro do Indymedia reflete a pequena representa\xE7\xE3o de mulheres nos campos relacionados com inform\xE1tica e tecnologia.
Entretanto, apenas alguns dos incidentes nos quais mulheres se sentiram discriminadas dentro do seu coletivo local estavam relacionados com tecnologias. A maior parte das reclama\xE7\xF5es s\xE3o de mulheres que foram silenciadas durante as reuni\xF5es, experimentaram comportamentos sexistas bastante claros, declararam que existia uma atmosfera que tornava dif\xEDcil o trabalho dentro do seu coletivo no Indymedia.
Isso significa que a discrimina\xE7\xE3o de g\xEAnero n\xE3o est\xE1 relacionada com o fato de que os t\xE9cnicos t\xEAm uma grande import\xE2ncia dentro do Indymedia, e que a maior deles tende a ser homens. Aparentemente, tanto os homens que n\xE3o s\xE3o t\xE9cnicos quanto os que s\xE3o, discriminam as mulheres.
Muitos dos nossos companheiros homens t\xEAm tomados atitudes contra a discrimina\xE7\xE3o de g\xEAnero dentro do Indymedia. E n\xF3s esperamos que eles continuem com essa atitude j\xE1 que n\xE3o consideramos nossa luta como "mulheres contra homens", mas como uma causa que deve ser defendida por todas/os n\xF3s.
Entretanto, a discrimina\xE7\xE3o de indiv\xEDduos e a atmosfera patriarcal dentro de alguns grupos atingiu certo ponto que n\xF3s acreditamos que alguma atitude deve ser tomada.
Sem mais, acreditamos que mecanismos similares aos que minimizam o envolvimento de mulheres tamb\xE9m podem funcionar contra a participa\xE7\xE3o de grupos de minorias \xE9tnico/raciais e sexuais, o que acaba mantendo uma estrutura de classe monol\xEDtica.
N\xF3s conversamos sobre diferentes medidas para mudar esta situa\xE7\xE3o. Como um resultado desta discus\xE3o, gostar\xEDamos de propor que essas quest\xF5es fossem aderidas durante o processo de forma\xE7\xE3o de novos cmis.
Proposta:
N\xF3s propomos que as perguntas seguintes sejam incorporadas no formul\xE1rio de aplica\xE7\xE3o:
A. Como a forma\xE7\xE3o do seu coletivo reflete a diversidade da sua comunidade local (por exemplo, em rela\xE7\xE3o \xE0 g\xEAnero, ra\xE7a/etnia, sexualidade, identidade cultural)?
B. Se o coletivo n\xE3o representa atualmente esta diversidade, particularmente em rela\xE7\xE3o aos grupos que s\xE3o pouco representados dentro da sociedade e n\xE3o t\xEAm acesso aos ve\xEDculos de express\xE3o, quais seriam os passos \xE0 serem seguidos para tentar resolver este problema?
C. Que passos ser\xE3o dados para conseguir e manter um equil\xEDbrio de g\xEAnero em todos os tipos de trabalhos realizados pelo coletivo?
Enviada \xE0 rede CMI-Brasil em outubro de 2003
Aprovada na rede global em mar\xE7o de 2004.
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IeriL - 11 Mar 2004