Grupo de Trabalho de Impressos

Baseado no texto O que precisa para um jornal impresso? escrito pelo CMI Floripa.

O Coletivo de Impressos basicamente diagrama e editora o conte\xFAdo do s\xEDtio do CMI para que e posteriormente providenciam a impress\xE3o e distribui\xE7\xE3o desse material, fechando assim o ciclo que vai da publica\xE7\xE3o de conte\xFAdo no CMI ao retorno dessa informa\xE7\xE3o para as ruas.

O Grupo de Trabalho de Impressos ainda mant\xE9m uma p\xE1gina de impressos no s\xEDtio do CMI Brasil.

Este documento tentar\xE1 servir como um guia para a edi\xE7\xE3o, publica\xE7\xE3o e distribui\xE7\xE3o de um jornal impresso, dentro da forma de organiza\xE7\xE3o e dos princ\xEDpios do Centro de M\xEDdia Independente. N\xE3o \xE9 necess\xE1rio seguir a risca, essa \xE9 a maneira que o coletivo de Florian\xF3polis encontrou para organizar seus trabalhos. Cada localidade compreende melhor a sua situa\xE7\xE3o e seus limites, capacidades, interesses, vontades, concep\xE7\xF5es e tudo o mais.

\xCDndice

O projeto

Desde o in\xEDcio de sua forma\xE7\xE3o, o CMI Floripa procurou romper os limites da internet, participando de uma r\xE1dio livre e produzindo muitos CMIs na Rua. Acreditamos que \xE9 completamente poss\xEDvel, e at\xE9 simples, manter um bom projeto fora da internet em funcionamento. Queremos aprofundar a distribui\xE7\xE3o do conte\xFAdo cr\xEDtico do CMI e torn\xE1-lo, de fato, uma alternativa para as pessoas que procuram informa\xE7\xF5es nos jornais ligados ao poder pol\xEDtico e econ\xF4mico. A concep\xE7\xE3o editorial \xE9 aprofundar a discuss\xE3o sobre os temas. N\xE3o em sua totalidade, pois a falta de espa\xE7o f\xEDsico n\xE3o permite escrevermos tudo o que gostar\xEDamos. Por\xE9m, acreditamos que uma das principais formas da grande m\xEDdia modificar uma informa\xE7\xE3o \xE9 publicando-a pela metade, cortada, sem um m\xEDnimo contexto, sem uma an\xE1lise pol\xEDtica. Por\xE9m, decidimos que o jornal precisava ter uma apar\xEAncia agrad\xE1vel, que convide \xE0 leitura. Optamos pela fus\xE3o entre textos proporcionalmente longos e a busca de uma est\xE9tica interessante. Al\xE9m de mat\xE9rias, mais ou menos objetivas, que respondam perguntas b\xE1sicas do jornalismo como \xB4por qu\xEA\xB4, \xB4quem`, \xB4quando\xB4, \xB4onde\xB4, \xB4como\xB4, \xB4que\xB4, vamos ampliar as pesquisas e debates para uma s\xE9timo pergunta: \x93e da\xED?\x94 Para isso, desenvolveremos an\xE1lises cr\xEDticas e, de fato, independentes, a fim de ajudar pedagogicamente os movimentos a aprender com os seus pr\xF3prios erros, inclusive os nossos.

Como financi\xE1-lo

Este \xE9 um assunto que pode gerar controv\xE9rsias, pois se trata de dinheiro e venda. Mas vamos l\xE1. N\xF3s confirmamos a tese de que informa\xE7\xE3o n\xE3o deve ser tratada com mercadoria. \xC9 necess\xE1rio que procuremos formas de distribuir informa\xE7\xE3o sem envolv\xEA-la no processo em que um produto d\xE1 o \x93salto mortal\x94 que o transforma em algo comercializ\xE1vel. Mas ent\xE3o precisamos considerar duas coisas. Primeira: estamos dentro de um modo de produ\xE7\xE3o em que o capital \xE9 o centro de todas as rela\xE7\xF5es. Ou melhor, o capital \xE9 uma forma de rela\xE7\xE3o que controla todas as outras. Tudo o que podemos imaginar, todas as ferramentas que precisamos para difundir informa\xE7\xE3o e debate, t\xEAm seus pre\xE7os. E talvez uma das ferramentas mais caras seja a internet. O s\xEDtio www.midiaindependente.org n\xE3o \xE9 gratuito. A porcentagem de pessoas que usam internet \xE9 muito pequena no Brasil. Quer dizer, a internet n\xE3o \xE9 gratuita, provavelmente muito mais cara do que um jornal impresso.

Infelizmente, para sair da internet temos uma s\xE9rie de custos. Por\xE9m, achamos fundamental a atua\xE7\xE3o do CMI al\xE9m do s\xEDtio. Considerando que os volunt\xE1rios e as volunt\xE1rias do CMI n\xE3o podem pagar por uma publica\xE7\xE3o com recursos do seu pr\xF3prio bolso; considerando que o CMI n\xE3o pode visar lucro para seus volunt\xE1rios e suas volunt\xE1rias: o jornal ser\xE1 vendido pelo custo de R$1. O dinheiro que sobrar da venda ser\xE1 revertido para o pr\xF3prio coletivo, como, por exemplo, levar as mat\xE9rias do jornal gratuitamente atrav\xE9s do CMI na Rua (jornal muro/poste), al\xE9m de outras atividades do coletivo. Garantimos, assim, que a informa\xE7\xE3o n\xE3o se restrinja \xE0 venda do jornal.

Embora seja pol\xEAmico, \xE9 sempre mais justo dividir os custos do jornal entre muitas pessoas do que entre poucas.

Mas mesmo com essa proposta ideal bem definida, nos deparamos com um problema concreto: n\xE3o t\xEDnhamos dinheiro para bancar o primeiro n\xFAmero. A solu\xE7\xE3o que tivemos depende essencialmente das rela\xE7\xF5es que o coletivo tem em sua cidade. N\xF3s escolhemos a dedo os sindicatos que circulamos com tranq\xFCilidade e organiza\xE7\xF5es pol\xEDticas que teriam interesse em ver suscitar na cidade um jornal de esquerda, mesmo que n\xE3o fosse partid\xE1rio ou marxista. Na verdade nossa intensa participa\xE7\xE3o na \x93Revolta da Catraca\x94, de junho e julho de 2004, produzindo milhares de CMIs na Rua (perto de 10 mil), e cobrindo quase todos os movimentos na cidade, fez com que, \xE0 essa altura do campeonato, praticamente todos os grupos e sindicatos nos conhecessem. Gostar\xEDamos de frisar a import\xE2ncia que teve para n\xF3s entrar nos debates em todos os meios de esquerda, n\xE3o significando em hip\xF3tese alguma que deixamos de nos posicionar criticamente. Com isso em mente, e sem o jornal nas m\xE3os, n\xE3o poder\xEDamos pedir apoio a n\xE3o ser dos grupos que realmente confiam ou apreciam o nosso trabalho. E para n\xE3o parecer que se tratava de esmola, bolamos o seguinte: venda de cotas. Os sindicatos comprariam 100, 200 c\xF3pias pelo pre\xE7o de R$ 1,00 cada. Outra forma justa de conseguir grana pro primeiro n\xFAmero \xE9 apoio de pessoas que vivem em pa\xEDses com uma moeda que se sobrep\xF5e \xE0 usada por aqui e que est\xE3o a fim de contribuir. Por \xFAltimo, \xE9 fundamental estender o alcance deste trabalho. Vamos aproveitar a Rede CMI Brasil e difundi-los atrav\xE9s de todos os coletivos que se interessarem. Nesse caso, ao inv\xE9s de passarmos pelo pre\xE7o de venda, cobramos metade do pre\xE7o (R$ 0,50) para que os coletivos possam distribuir e ter algum retorno para as suas pr\xF3prias atividades. Deixamos claro que essa foi a nossa proposta para lan\xE7ar a primeira edi\xE7\xE3o, pois reafirmamos a necessidade de autogerir o jornal e n\xE3o depender de doa\xE7\xF5es para poder editar uma nova.

Baseados nessa concep\xE7\xE3o, depois de meses, bolamos um projeto para um jornal impresso, com as seguintes caracter\xEDsticas:

  • 1. Periodicidade: mensal
  • 2. Formato: tabl\xF3ide, papel jornal
  • 3. N\xFAmero de p\xE1ginas: oito
  • 4. Tiragem: cinco mil c\xF3pias
  • 5. Pre\xE7o: R$ 829,00

1. Num primeiro momento pensamos em lan\xE7ar o jornal a cada dois meses, para sermos mais \x93realistas\x94. \xC9 claro que um jornal mensal significa mais esfor\xE7o, \xE9 mais dif\xEDcil. Por\xE9m, n\xE3o pode ser poss\xEDvel que sejamos incapazes de levar este projeto adiante, pelo menos n\xE3o de acordo com as possibilidades levantadas. O CMI Floripa ganhou certo destaque na cidade, ficou consideravelmente conhecido, o que nos fez pensar que um jornal mensal conseguiria ser sustentado. Al\xE9m do mais, uma edi\xE7\xE3o a cada m\xEAs n\xE3o \xE9 nada \x93de outro mundo\x94. Por esse motivo, adotamos a id\xE9ia - inicial \x96 de lan\xE7ar um n\xFAmero a cada m\xEAs. Isso pode mudar, para mais do que um por m\xEAs, ou um a cada dois meses. Tudo vai depender do desempenho.

2. Tabl\xF3ide \xE9 um formato de jornal menor que o \x93standard\x94, medindo XX x XX cm. Exemplos de Standard: Estado de S.Paulo, Brasil de Fato, A Not\xEDcia. Exemplos de tabl\xF3ides: O Estado, Di\xE1rio Catarinense, Clarin, New York Times. Escolhemos este formato por apenas um \xFAnico motivo: a gr\xE1fica n\xE3o rodava com papel standard. O standard \xE9 melhor para diagramar imagens e textos, j\xE1 que permite muito mais espa\xE7o. Leia mais sobre o tabl\xF3ide no confuso: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabl%C3%B3ide

PAPEL JORNAL

3. Oito p\xE1ginas significam duas folhas. \xC9 um n\xFAmero razo\xE1vel para come\xE7ar e tamb\xE9m vai depender do desempenho o acr\xE9scimo de outras. Aumentando para 12 o pre\xE7o n\xE3o muda tanto, mas preferimos n\xE3o arriscar. Oito p\xE1ginas significam mais ou menos oito temas, ou seis temas. Assim podemos tentar seguir a linha editorial escolhida, de aprofundar os temas, cada um ganhando em geral uma p\xE1gina completa.

4. Como voc\xEAs podem ver, fazer um pr\xE9-projeto e um segundo pr\xE9-projeto \xE9 importante para encarar os problemas que, com certeza, aparecer\xE3o. O nosso plano imediato \xE9 imprimir cinco mil c\xF3pias do jornal por m\xEAs. Consideramos que, por ter um conte\xFAdo n\xE3o apenas local, ele deve sair desta pequena cidade e ser lido em muitas outras. Cinco mil, na verdade, \xE9 um pequeno n\xFAmero mesmo para c\xE1, mas vamos com calma que em algum tempo conseguimos aumentar esta tiragem. Por enquanto vamos reservar um bom n\xFAmero de jornais para fora da cidade, a serem distribu\xEDdos por outros coletivos CMI e outras pessoas que se interessarem. No entanto, resolvemos fazer um teste e imprimir, inicialmente, tr\xEAs mil c\xF3pias. Se precisarmos, se vendermos tudo, podemos fazer o restante. Se n\xE3o, \xE9 melhor garantir o dinheiro para o pr\xF3ximo m\xEAs.

5. As cinco mil c\xF3pias nos custariam R$ 829,00. Bolamos planos para conseguir este dinheiro antes de termos o jornal em m\xE3os. Para isso era preciso contar com os grupos que nos ap\xF3iam e confiam em nosso trabalho. Fizemos os seguintes planos: colher assinaturas. Vender para os coletivos do CMI pela metade do pre\xE7o para que estes possam divulgar o jornal e tamb\xE9m coletar algum fundo pro pr\xF3prio coletivo. Vender cotas para sindicatos. Cada um compraria um n\xFAmero x para distribuir para os filiados e nos pagaria adiantado para poder imprimir. Conseguimos mais do que os R$ 829,00, mas, como visto no n\xFAmero 3, decidimos manter um caixa para garantir a pr\xF3xima edi\xE7\xE3o. As tr\xEAs mil c\xF3pias nos custaram R$ 560,00.

Para fazer o jornal

Coletivo Editorial

No come\xE7o da forma\xE7\xE3o do coletivo de Floripa, pens\xE1vamos que todas as pessoas do coletivo deveriam aprovar tudo que fosse feito. Os Grupos de Trabalho criariam, mas tudo deveria passar pelo crivo do coletivo. Ap\xF3s quase um ano de experi\xEAncia, vimos como isso mais se assemelha ao centralismo do que ao consenso. Al\xE9m de criar uma burocracia que complica todas as iniciativas. Considerando que nem todas as pessoas est\xE3o interessadas em todos os tipos de trabalho; considerando que seria imposs\xEDvel todas as pessoas tomarem decis\xF5es no mesmo ritmo, o que implica o mesmo ritmo de trabalho para todo mundo; considerando que o CMI \xE9 uma Rede de produ\xE7\xE3o, discuss\xE3o e, sobretudo, pr\xE1tica: sugerimos que a produ\xE7\xE3o dos Grupos de Trabalho sejam transparentes, sempre, e que as pessoas que n\xE3o s\xE3o dos GTs espec\xEDficos (porque assim n\xE3o o querem) possam, apenas, sugerir e perceber se algo est\xE1 fora da Pol\xEDtica Editorial do CMI, o que \xE9 improv\xE1vel, j\xE1 que em cada GT existem pessoas profundamente envolvidas com o CMI e os seus princ\xEDpios.

\xC9 fisicamente invi\xE1vel todas as pessoas do coletivo decidirem sobre cada linha do jornal. A constru\xE7\xE3o de uma edi\xE7\xE3o \xE9 repleta de problemas, necessita mudar tudo mil vezes, acrescentar um novo texto no meio de uma madrugada, retirar par\xE1grafos e fotos no meio de outra. Se cada decis\xE3o desse tipo precisar passar por todas as pessoas, o processo se torna burocr\xE1tico e n\xE3o sai.

A solu\xE7\xE3o que achamos foi criar um Coletivo Editorial, inspirado na organiza\xE7\xE3o do coletivo editorial do s\xEDtio, que discuta e, essencialmente, trabalhe no jornal. Assim como em todos os outros GTs, qualquer pessoa do CMI Floripa pode participar do Coletivo Editorial de O Independente. Mas n\xE3o se trata de um \x93conselho pol\xEDtico\x94, se trata de um grupo de trabalho pr\xE1tico. Cabe ao resto do coletivo, em prazo determinado, checar improv\xE1veis desvios na Pol\xEDtica Editorial e sugerir algo. Para evitar desentendimentos como: \x93o jornal representa todas as pessoas do coletivo\x94, os artigos e mat\xE9rias s\xE3o assinados e, se o autor ou a autora quiserem, colocaremos o endere\xE7o para contato.

Cabe ao Coletivo Editorial ajudar a desenvolver oficinas de capacita\xE7\xE3o para pessoas interessadas em escrever e fotografar, mas que ainda n\xE3o t\xEAm experi\xEAncia ou n\xE3o se sentem \xE0 vontade. Assim, descentralizamos o trabalho e incentivamos as pessoas a se envolverem.

Reuni\xF5es peri\xF3dicas

Cabe ao coletivo editorial de O Independente se reunir toda semana para discutir os temas, a distribui\xE7\xE3o de trabalho, e outras quest\xF5es relacionadas ao jornal. Essas discuss\xF5es servir\xE3o para escolher o que entra no jornal, quem escrever\xE1, quem ir\xE1 correr atr\xE1s dos contatos.

Tamb\xE9m s\xE3o reuni\xF5es de discuss\xE3o pol\xEDtica sobre conjuntura, sobre o que foi noticiado em outros meios, e, consequentemente, quais temas merecem ou precisam da nossa aten\xE7\xE3o. Esses debates servem para aprofundarmos nossos conhecimentos pol\xEDticos e tamb\xE9m para estudar a melhor forma de passarmos uma not\xEDcia, qual \xE2ngulo, sob qual perspectiva, entre outros temas.

Discuss\xF5es sobre pautas

A discuss\xE3o sobre pautas deve estar dentro da concep\xE7\xE3o do jornal: publicar majoritariamente not\xEDcias, em sua maioria locais, mas tamb\xE9m nacionais e internacionais. O Independente \xE9 um jornal que deve se dedicar \xE0 cidade em que se encontra, mas deve abrir a perspectiva para lutas, ou acontecimentos relevantes \xE0 luta, de todo o mundo. Cabe ao Coletivo Editorial escolher as pessoas convidadas para escrever artigos, pensar em poss\xEDveis sess\xF5es de debates etc.

Deve-se ficar claro que antes de fechar uma edi\xE7\xE3o j\xE1 se deve pensar na pr\xF3xima. N\xE3o podendo, assim, haver um \x93relaxamento\x94 que pode p\xF4r em risco o lan\xE7amento da pr\xF3xima edi\xE7\xE3o. Estamos trabalhando com assinaturas semestrais, o que nos lan\xE7a um grande desafio, de manter uma publica\xE7\xE3o peri\xF3dica e com uma boa estrutura.

Dividir os trabalhos para a cobertura das pautas (fotografia, textos)

Decididos os temas, o Coletivo Editorial deve distribuir o trabalho e estipular prazos para sua finaliza\xE7\xE3o. Por enquanto o jornal O Independente \xE9 mensal, o que j\xE1 facilita a compreens\xE3o de tempo. \xC9 aconselh\xE1vel que o conte\xFAdo esteja pronto uma semana antes do prazo para sua publica\xE7\xE3o. Isso facilita a diagrama\xE7\xE3o, j\xE1 que os textos e fotos podem vir a ser modificados, reduzidos, ampliados, para adapta\xE7\xE3o t\xE9cnica est\xE9tica. \xC9 completamente poss\xEDvel e compreens\xEDvel que algum acontecimento urgente fa\xE7a com que o conte\xFAdo do jornal seja modificado. Nesse caso, ele j\xE1 estar praticamente pronto s\xF3 ajuda readequ\xE1-lo.

Diagrama\xE7\xE3o

Infelizmente, ainda n\xE3o temos ningu\xE9m que se sinta \xE0 vontade para criar um projeto gr\xE1fico para o jornal. Tivemos sorte por duas pessoas de outros coletivos (Vitor, RJ e grazi, SP) terem se envolvido com o projeto e terem feito com muita compet\xEAncia esta parte. Enquanto isso, membros do coletivo CMI Floripa ir\xE3o tentar aprender essa estranha tarefa, que \xE9 deixar os textos agrad\xE1veis e a est\xE9tica funcional.

Compreendemos que diagramar o jornal n\xE3o \xE9 apenas encaixar os textos e as fotos em algum quadrado. \xC9 preciso compreender a concep\xE7\xE3o editorial do projeto e casar a disposi\xE7\xE3o dos elementos gr\xE1ficos ao texto.

Com o primeiro fechamento das mat\xE9rias e artigos, uma semana antes do prazo para publica\xE7\xE3o do jornal, a diagramadora ou o diagramador deve estar junto ao resto do coletivo editorial para adaptar o espa\xE7o, sugerir caixas, retrancas, subt\xEDtulos, fotos etc.

Gr\xE1fica

Tudo bem, voc\xEA chegou at\xE9 aqui. Tem um \xF3timo trabalho editorial, uma boa equipe de reportagem n\xE3o-profissional, mas profundamente exigente com a qualidade da informa\xE7\xE3o. O projeto gr\xE1fico ficou excepcional e os sindicatos, onde trabalham alguns camaradas, te ajudaram. E agora?

Bem, j\xE1 era saud\xE1vel ter algu\xE9m respons\xE1vel pela procura de uma gr\xE1fica que tenha bons pre\xE7os. No geral todas elas t\xEAm uma tabela mais ou menos parecida, mas com algum esfor\xE7o voc\xEA pode descobrir onde o jornal do sindicato tal \xE9 feito. Aproveite os contatos.

N\xE3o cometa o nosso erro. Antes de partir para a diagrama\xE7\xE3o, pergunte na gr\xE1fica quais as medidas do formato que voc\xEAs escolheram. N\xF3s decidimos pelo tabl\xF3ide. Fechamos o jornal e, l\xE1 na gr\xE1fica, fomos descobrir que o formato usado \xE9 o tabl\xF3ide \x93nacional\x94. Um outro tamanho, n\xE3o muito diferente do tabl\xF3ide internacional, mas o suficiente para prolongar o trabalho por mais um dia inteiro. Al\xE9m das medidas, pergunte tudo, tudo. Se l\xEA em .pdf, se \xE9 preciso espelhar o documento, se a impress\xE3o \xE9 em fotolito ou digital. Depois \xE9 s\xF3 pegar as c\xF3pias, checar se vale a pena, se o papel \xE9 bom, se a tinta sai em demasia.

Para conseguir manter o jornal

Vender o jornal

Est\xE1 claro que temos que manter o m\xE1ximo de autonomia, inclusive financeira para manter O Independente vivo. Se iremos conseguir vender as c\xF3pias necess\xE1rias todo m\xEAs, n\xE3o sabemos. Tampouco podemos fechar a possibilidade de apoios, j\xE1 que um dos nossos projetos \xE9 vender cotas mensais para todos os sindicatos e associa\xE7\xF5es \x96 mesmo que n\xE3o t\xE3o pr\xF3ximas, j\xE1 que agora j\xE1 temos um exemplar em m\xE3os para que confiem no projeto. De qualquer forma, precisamos de um esfor\xE7o tremendo, invariavelmente chato, de tentar difundir, disseminar O Independente. Quando dizemos isso n\xE3o significa que queremos disputar mercados. N\xE3o \xE9 sobre isso que a discuss\xE3o est\xE1 posta. O CMI n\xE3o permite isso, n\xE3o queremos isso. O que queremos \xE9 ser uma alternativa vis\xEDvel e vi\xE1vel. Facilitar a distribui\xE7\xE3o para todas as pessoas.

Todos volunt\xE1rios/todas volunt\xE1rias que tenham vontade podem carregar c\xF3pias nas suas mochilas e pastas e devem oferecer para todo mundo, sempre lembrando que precisamos de suporte para existirmos. E que s\xF3 assim podemos ser uma alternativa concreta aos jornais capitalistas. \xC9 uma situa\xE7\xE3o realmente chata, geralmente uma pessoa envolvida com ativismo pol\xEDtico que visa superar o capitalismo n\xE3o \xE9 muito interessada em vender. Mas \xE9 isso a\xED. Vamos tentar fazer essa discuss\xE3o da forma mais sincera: fale para a pessoa, poxa, se ela \xE9 politicamente contra o Di\xE1rio Catarinense, A Not\xEDcia, Folha de S.Paulo, ajude este jornal se fortalecer. N\xE3o tem nada moralmente deplor\xE1vel nisso.

Vender cotas

Como dito anteriormente, uma das formas mais simples de venda e distribui\xE7\xE3o \xE9 a venda de cotas. Conseguimos um bom n\xFAmero de dinheiro e a garantia de que o jornal cair\xE1 nas m\xE3os de c\xEDrculos diversos. Seria ideal vender as cotas para todas as associa\xE7\xF5es de moradores e moradoras e sindicatos, gr\xEAmios estudantis, entidades. Isso, al\xE9m de, claro, maneiras diferentes, como em pontos a seguir.

  • Pra organiza\xE7\xF5es, associa\xE7\xF5es e sindicatos \x96 oferecer cotas a serem compradas todos os meses, de 100, 200 n\xFAmeros pela metade do pre\xE7o. Para todas as iniciativas dessas organiza\xE7\xF5es de compra em bloco para distribui\xE7\xE3o sem cobran\xE7a, cobraremos apenas metade.

  • Para coletivos do CMI - oferecer cotas a serem compradas todos os meses, de 100, 200 n\xFAmeros (ou o que for de interesse) pela metade do pre\xE7o. Para ajudar os coletivos divulgar o Centro de M\xEDdia Independente e produzir seus pr\xF3prios materiais. Todo este texto \xE9 fundamentado nisto: dar um ponto de partida para que a Rede CMI Brasil se fortale\xE7a tamb\xE9m nos jornais impressos.

  • Para pessoas isoladas \x96 compra avulsa, R$ 1,00 ou assinaturas semestrais R$ 10,00. Ou mesmo compra de cotas para distribuir: este ponto \xE9 completamente delicado. Para as pessoas que temos confian\xE7a e sabemos que n\xE3o vender\xE1 as c\xF3pias, cobraremos a metade do pre\xE7o. Se o desejo for vender o jornal, cobraremos o pre\xE7o total R$ 1,00, impedindo que esta pessoa ganhe dinheiro em cima do CMI (o pre\xE7o do jornal est\xE1 na capa).

Eventos

Temos experi\xEAncias muito boas com eventos para divulgar nossos projetos. A R\xE1dio de Tr\xF3ia 102.9 FM Livre conseguiu um lucro de R$ 1,500 em uma festa na UFSC; a Campanha pelo Passe-Livre realizou in\xFAmeros shows que divulgaram o projeto. Esse tipo de atividade n\xE3o serve apenas para distribuir os jornais, mas para tornar o CMI cada vez mais p\xFAblico.

Exemplos de atividades que podemos fazer:

  • 1.Hora Feliz, na UFSC;
  • 2.shows em qualquer lugar que seja interessante;
  • 3.festa grande na UFSC.

Existem muitas pessoas do coletivo j\xE1 envolvidas com esse tipo de trabalho, ou com alguma experi\xEAncia. Os volunt\xE1rios do CMI que tamb\xE9m s\xE3o membros da R\xE1dio de Tr\xF3ia t\xEAm muita pr\xE1tica nestas festas na universidade. N\xE3o \xE9 tanto trabalho e d\xE1 um retorno saud\xE1vel.

Distribuir o jornal

  • volunt\xE1rios e volunt\xE1rias \x96 Al\xE9m do ponto j\xE1 mencionado, de que todo mundo no coletivo pode ter c\xF3pias para vender para as pessoas do seu bairro, sua fam\xEDlia, amigos e amigas, conhecidos e conhecidas etc., \xE9 poss\xEDvel buscar outras duas formas b\xE1sicas:

  • banquinha do CMI \x96 H\xE1 um long\xEDnquo tempo t\xEDnhamos tamb\xE9m este projeto: duas vezes por semana fazer uma banquinha do CMI na Esquina Democr\xE1tica (cal\xE7ad\xE3o da Felipe Schmidt). Serviria para falar sobre o CMI, ler not\xEDcias como numa r\xE1dio ao vivo, distribuir material, vender as camisetas e os jornais. Nunca chegamos a implement\xE1-lo, mas agora temos uma necessidade pr\xE1tica pra isso. Ser\xE1 um espa\xE7o muito interessante para fazer discuss\xF5es sobre m\xEDdia, pol\xEDtica, sociedade, e tantos outros temas que surgirem.

A banquinha pode ser feita n\xE3o apenas na Esquina Democr\xE1tica. Essa id\xE9ia depende da iniciativa das pessoas interessadas em buscar outros bairros, outros lugares: UFSC, durante o Projeto 12h30, ou permanentemente no campus.

  • banca de jornal \x96 O Sr. Arthur, da banca que fica ao lado do Camel\xF3dromo, me informou que \xE9 poss\xEDvel contactar o distribuir de jornais locais menores para as bancas de jornal. Aparentemente os donos e as donas de bancas de jornal n\xE3o fazem essa fun\xE7\xE3o de distribui\xE7\xE3o. N\xE3o podemos perder esta hip\xF3tese de mente, analisar se vale a pena, pois envolve lucro para algu\xE9m \x96 pesar isto dentro dos princ\xEDpios do CMI, do jornal e dentro das possibilidades de visibilidade que podemos alcan\xE7ar. Est\xE1 em aberto.

-- SilvioRhatto - 24 Aug 2005
Topic revision: r1 - 24 Aug 2005, SilvioRhatto
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